quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Investigação OVNI

Investigação OVNI
Vicente-Juan Ballester Olmos, capítulo 3 de
“Expedientes insólitos: El fenómeno ovni y los archivos de Defensa”*
Traduzido com sua gentil permissão

Ninguém possui o magistério suficiente para responder à inquietude de muitos jovens, cristalizada na pergunta: Como se investigam os OVNIs? Mas sim podemos aportar um repertório de métodos de atuação para quando se apresente ao aficcionado a oportunidade de estudar um fenômeno estranho. Este guia procede de nossa experiência de cerca de três décadas dedicadas à ufologia, mais o conhecimento adquirido da prática desenvolvida por pesquisadores em outros países.

A ufologia é o agregado de informação que possuímos sobre os objetos voadores não-identificados, e a investigação de campo é o meio de obter a matéria-prima (os dados) que define o fenômeno OVNI. Formam-na métodos e técnicas aplicadas à pesquisa, verificação e análise dos informes de observações insólitas na atmosfera ou próximas do solo.

O fim primordial da investigação sobre o terreno de casos OVNI é a aquisição de informação realista sobre os avistamentos. Mas quais são os dados relevantes e como consegui-los? O prelúdio de qualquer pesquisa é conhecer a personalidade da testemunha. O pesquisador deve indagar sobre o entorno sócio-familiar da testemunha, seus passatempos, obsessões, idéias, etc. Quanto mais estranha for a narrativa do suposto perceptor, maior profundidade é requerida sobre a psicologia da testemunha. O ufólogo deve incluir em sua pesquisa médicos e outros especialistas em ciências humanas, que sejam capacitados a proferir julgamentos sobre a saúde corporal ou mental do sujeito.

Embarcados já no interrogatório, antes de mais nada deve-se deixar que o observador testifique de A a Z sobre a experiência que diz ter vivido. Apenas depois é conveniente solicitar pontualizações. A data, hora e a duração do acontecimento são parâmetros temporais a anotar com precisão. Importa determinar a localização do objeto no espaço, direção e altura angular. Deve-se reconstruir os fatos em tempo real, buscando inconsistências no relato (caso não hajam, o testemunho adquire mais peso, caso existam, convém desconfiar da história). As condições meteorológicas e de visibilidade do momento, a familiaridade da testemunha com a área e sua acuidade visual também devem ser determinadas sem falta.

Façamos mil e uma perguntas sobre a aparência e estrutura do fenômeno observado e solicite-se à testemunha que desenhe espontaneamente o que viu. Devemos documentar minuciosamente a dinâmica do objeto, a trajetória de seu movimento na rosa dos ventos, sua velocidade aparente, mudanças de altura, acelerações, imobilizações, etc. De todo aconselhável é servir-se de bons formulários de pesquisa de organizações como o CEI[1], livros de investigação[2] ou manuais[3].

A altura a que se encontrava o fenômeno pode ser determinada se se conhece a distância (D) do observador à vertical do OVNI e o ângulo (&) formado pela horizontal com o objeto mediante a simples fórmula:

Altura = tangente & x D

Que também podemos aplicar ao diâmetro real do objeto, tomando agora (&) como a dimensão angular do OVNI. Comparemos seu tamanho aparente com diversas partes da mão estendida que o objeto poderia tapar: se com o dedo polegar (2 graus), o punho cerrado (10 graus) ou a mão aberta (20 graus). Saiba-se que a medida angular da Lua cheia é apenas de 0,5 graus.

Outra versão, para calcular o diâmetro do OVNI na reconstrução dos fatos, consiste em imaginar que se olhe para o objeto, enquanto se sustenta uma régua com o braço estendido (distância ao olho d), e anotar qual era sua dimensão aparente (a); assumindo que conhecemos a distância de sua posição à perpendicular do OVNI (D), temos então:

diâmetro = (a x D) / &

Já que falamos de fórmulas, citarei uma simples que podemos usar ao examinar fotos de supostos OVNIs, com o fim de que o investigador possa verter em seus informes maior precisão que a dada pela própria testemunha. Chama-se análise fotogramétrica ao processo pelo qual se avaliam as fotografias. Para chegar a conclusões exatas relativas ao tamanho verdadeiro de um objeto fotografado, a distância e inclusive a velocidade que possua, usam-se métodos de geometria projetiva combinados com leis da ótica.

Tomemos esta equação básica:

I = (d x f) / D

Onde (I) é o tamanho da imagem registrada no filme fotográfico, (d) é o diâmetro real do objeto fotografado, (f) é a distância focal da câmera e (D) é a distância entre o fotógrafo e o objeto. Daí se deduz que o diâmetro (d) do suposto OVNI é:

D = (I x D) / f

(Naturalmente o maior erro se introduz aqui na estimativa da distância do objeto).

A que altura se encontrava um objeto em função das massas de nuvem? Às vezes lemos informes que dizem que um objeto dado foi ocultado pelas nuvens. Se fazemos uma consulta ao centro meteorológico da região e solicitamos que nos informem o tipo de nuvens que se apreciavam na hora do avistamento, podemos ter uma indicação da altura, já que cada uma das classes de nuvens se situa a um nível determinado que os meteorologistas conhecem e que cifro a seguir, esperando que seja de alguma ajuda:

- Menos de 2.500 metros: nimboestratos, estratocúmulos e estratos.

- De 2.500 a 6.000 metros: altocúmulos e altoestratos.

- De 6.000 a 12.000 metros: cirros, cirrocúmulos e cirroestratos.

- De 2.500 a 13.000 metros: cúmulos.

- De 3.000 a 18.000 metros: cumulonimbos.

Se o sujeito manifesta ter sofrido efeitos fisiológicos, o investigador deve registrar o quadro de sintomatologia (síndrome). Quando o fenômeno afeta a automóveis, equipamentos elétricos ou luzes, é imperativo que se recolha a descrição das interferências ou efeitos que tiveram lugar. E quando existam sinais materiais devidos à interação física do fenômeno com o ambiente, deve precisar-se a forma e dimensões das marcas, realizando esboços do lugar de aterrissagem e tomando amostras da terra afetada (e de outra não afetada que sirva como padrão de comparação), sem esquecer de fotografá-las, naturalmente. O ufólogo deve estar equipado com as ferramentas necessárias para obter moldes das marcas, que sirvam para guardar a longo prazo a silhueta tridimensional das marcas.

Quando se tratem de vegetais, assinalemos qual é o estado das plantas que sofreram o impacto do fenômeno. Em geral, qualquer traço ou resto encontrado no lugar dos autos tem que ser documentado com precisão. Diante da possibilidade, remota, de que o pesquisador se depare com vestígios ou substâncias procedentes do OVNI, os fatos devem ser levados o mais rápido possível ao conhecimento de investigadores mais qualificados para que se proceda com prontidão à análise química ou metalúrgica dessa evidência.

Se se denuncia a presença de “ocupantes”, devemos perguntar por suas características morfológicas, anatômicas e suas pautas de comportamento, sem esquecer a descrição de sua vestimenta ou equipamento. O uso da hipnose como modo de aprofundar as lembranças da testemunha é de todo desaconselhável, tendo em conta as múltiplas desvantagens dessa técnica. Em qualquer caso apenas peritos profissionais alheios ao tema OVNI poderiam levar a cabo o exame com alguma garantia de êxito.

Um bom investigador deve ter sua maleta de pesquisa sempre pronta para a saída a campo. Não deve faltar, por exemplo, além de formulários especializados para cada tipo de caso potencial, um catálogo de cores, bolsas esterilizadas para armazenar resíduos sólidos ou líquidos, um pegador metálico para o recolhimento de amostras de solo, um penetrômetro para calcular a pressa aplicada no solo, um termômetro medidor da temperatura do terreno, assim como simples medidores de umidade, salinidade ou pH do solo, um goniômetro para determinar as dimensões de um objeto conhecendo o ângulo visual e a distância, um comparador para que a testemunha determine o tamanho aparente do objeto, gravador de som, mapas locais, câmera fotográfica, fita métrica, etc., sem esquecer um bom manual para estes equipamentos.

A investigação de campo tem pouco ou nada a ver com a entrevista jornalística, já que esta assume que o que se conta é verídico e as afirmações do entrevistado não atravessam nenhum filtro crítico. A pesquisa ufológica, ao invés, deve entender que muito provavelmente a declaração da testemunha seja errônea, já que nove de cada dez casos têm explicações cândidas. Aos mais jovens peço que se esforcem por desterrar preconceitos e que jamais suplantem o peso da evidência por uma crença pré-concebida.

Ao enfocar os problemas da subjetividade dos informes OVNI devemos reconhecer aqueles que se associam com a percepção. A partir do acontecimento inicial distante, uma quantidade de energia no espectro visível chega ao olho, cujo órgão sensorial é estimulado. Mas, no processo de transmissão, esta energia pode acabar distorcida por muitos fatores atmosféricos. Instalado já na retina o estímulo próximo, este pode se empobrecer devido a várias ambigüidades na estimativa de tamanhos, distâncias e outros parâmetros. Nem sequer a forma do estímulo visual pode representar inequivocamente a forma do objeto distante. A codificação do estimulo pelos neurônios, isto é, a sensação, pode acabar alterada pelo estado fisiológico da testemunha e seu entorno sensorial.

A percepção é o processo da identificação do objeto distante, o que se realiza necessariamente mediante um processo de interpretação. Para objetos aéreos, a forma, tamanho, distância, direção e velocidade ficam basicamente indeterminados. Segue-se o processo de cognição – o juízo ou convicção que uma pessoa tem do significado de algo –, que resulta muito afetado pelo estado mental, a expectativa e sugestão da testemunha (que, por sua vez, derivam de suas idéias, opiniões, experiência e crenças). Tudo isso afeta as conclusões do observador, cujo testemunho, finalmente, fica mediado pela forma de perguntar do pesquisador, o grau de memória do sujeito, etc.

Em suma, nos encontramos diante de uma seqüência física e psicofisiológica muito complexa pela qual a percepção de um fenômeno se combina com as concepções prévias do observador acerca do mesmo e as circunstâncias ambiente nas quais ocorre a percepção. Estas dificuldades não devem ser tomadas com pouco caso nem de soslaio, como fazem, por desgraça, os que recorrem ao sensacionalismo e à imprensa amarela ufológica.

As provas fotográficas requerem o maior cuidado e proteção. Os negativos originais devem ser analisados por pessoal qualificado, para o que é absolutamente imprescindível que se recolham dados da câmera, filme, velocidade ou exposição da tomada. Aplicando técnicas da era espacial à investigação OVNI, estudam-se fotografias OVNI mediante computadores digitais que permitem conhecer detalhes mascarados e dados objetivos dos ditos documentos gráficos, através do manejo eletrônico das imagens.

O ufólogo deve estar familiarizado com os estímulos do céu e da terra que normalmente – em todas as partes do mundo – mais confusões provocam. O investigador tem um objetivo prioritário: varrer o lixo observacional e ficar apenas com as peças incomuns. Se os corpos astronômicos (Vênus, a Lua, planetas, estrelas) criam muitos equívocos, este é um campo do conhecimento que o estudioso tem que dominar. Os meteoros, tanto os procedentes de radiantes cíclicas como os bólidos esporádicos, devem ser matéria de atenção para o investigador, já que um dos tipos de equívoco mais espetaculares e repetidos tem a ver com estes fenômenos.

Checar é o verbo chave. Nossa obrigação primordial é comprovar, verificar, examinar, contrastar. Se por essa hora sobrevoava a zona algum avião, se houve um lançamento de míssil ou uma experiência espacial, se um programa de balões-sonda, se a reentrada de um satélite artificial... uma enorme etcétera de possibilidades a excluir. Resulta trabalhoso? Afirmativo. Converte em estéreis ilusionantes experiências OVNI? Obviamente. Revistas outrora comerciais não aceitam artigos desmistificadores? Pois sim. “Roma não paga aos traidores”, pensam os editores acerca daqueles que resolvem o que de outra forma é manipulável e vendível.

Daí que um exame de consciência particular é inescusável: qual é sua motivação? Se é ter um hobby cômodo, se é crer em algo fantasioso ou se é viver do conto, esqueça-se da ufologia séria. Ou não acredite que está exercendo o trabalho de investigador. Sua atividade é outra.



O Fenômeno Aterrissagem
Entre 1968 e 1988, aparte dos estudos esporádicos sobre outros aspectos do fenômeno, minha dedicação ufológica principal se inclinou aos chamados contatos imediatos com OVNIs, como os chamou meu mentor J. Allen Hynek e Steven Spielberg popularizou em seu filme. Apesar de vinte anos de especialização serem muito, resulta objetivamente difícil tirar conclusões sólidas, definitivas ou imutáveis neste complicado tema. Para começar, porque não sabe se o que lhe contam as testemunhas é o que verdadeiramente ocorreu. Esta ufologia é uma autêntica sala de espelhos curvos que deformam sua imagem, com a diferença de que em lugar de fazê-lo rir isso lhe irrita, porque o impede de alcançar o fundo real do testemunho. Desta forma, creio que estão mais do que justificadas algumas notas em forma de sumário de tal trabalho.

Em 1987 publicou-se minha obra Enciclopedia de los encuentros cercanos com ovnis, de autoria conjunta com Juan Antonio Fernández, na qual se documentam os detalhes mais significativos de 230 aterrissagens OVNI ocorridas na Espanha e Portugal, de um total de 585 informes recolhidos (os 355 restantes foram explicados convincentemente). Submetemos a casuística a um estudo estatístico inicial, com o propósito de responder a algumas perguntas básicas: “Quantos casos ocorreram e quando ocorreram?”, “O que são as ondas?”, “A que hora costumam aparecer os OVNIs?”, “Onde sucedem majoritariamente?”, “Em que proporção há ocupantes?”, “Quantos fenômenos produzem efeitos físicos?”, “Quão documentados, estranhos e críveis são os informes OVNI?”.

Nosso catálogo de aterrissagens registra o primeiro caso em 1935 e o último em novembro de 1985 (o censo foi encerrado em 1986). Globalmente falando há um incremento progressivo do número de casos desde a década de cinqüenta até a década de sessenta, detectando-se um sensível decréscimo na década de oitenta. Atualmente o nível de informes significativos está “abaixo do mínimo”. De fato, para encher algumas páginas, os articulistas têm que recorrer a estrepitosos erros de observação (reentradas ou bólidos) quando falam de casos recentes; menos mau que a desclassificação militar de arquivos OVNI tenha lhes dado fonte para sensacionalismo...

A distribuição do fenômeno OVNI, na modalidade aterrissagem, não é homogênea, apresentando máximos e mínimos de magnitude desigual, repartidos irregularmente. Aplicando a teoria de processos de Poisson à taxa anual de aterrissagens, observamos que acima da média se destacam notavelmente os anos 1950, 1954, 1968, 1974-76 e 1978. A estes períodos chamamos de ondas (cuja natureza não prejulgamos).

Com relação à distribuição mensal dos informes, destaca-se significativamente agosto, que inclui mais de 20 por centro do total. Os três meses de verão excedem em muito os informes acumulados em outras estações. Este resultado tem provavelmente uma causa de ordem sociológica. Por dias da semana, a dispersão estatística é a que seria esperada por sorte, à exceção do pico do domingo, que devemos também interpretar em termos sociais.

Tabulados os informes segundo a hora do dia, comprova-se em seguida o caráter noturno do fenômeno aterrissagem. Poucos casos nas horas diurnas, crescendo em atividade a partir das seis da tarde e chegando ao nível máximo ao redor das onze da noite, para cair abruptamente a partir da meia-noite. Nas seis horas que vão desde as sete da tarde até a uma da madrugada se dão 64 por centro dos casos. É pela luz que emitem ou porque durante a noite “todos os gatos são pardos”?

Há províncias mais ricas em avistamentos que outras. Por exemplo, Barcelona, Cádiz, Huelva, Lérida, Sevilha e Valencia. Outras apenas registram incidentes, como Alava, Almería, Jaén, Orense, Pontevedra, Segovia, etc. É evidente que as regiões onde há mais investigadores são a fonte de maior número de informes. Examinando o número de casos por província com respeito à densidade da população, encontramos uma correlação baixíssima, o que indica que a taxa de habitantes de uma região não incide na fenomenologia que a região aporta. (Há anos se supôs, equivocadamente, que o número de casos em uma área era inversamente proporcional a sua população).

Em 54 por cento dos contatos imediatos com OVNIs na Espanha se constatam efeitos físicos, fisiológicos, fitopatológicos ou psicológicos, incluindo marcas no solo. Com relação à suposta aparição de “seres humanóides” procedentes dos objetos, há denúncias disto em 17 por cento dos casos. O informe típico de aterrissagem responde a um nível de qualidade de informação de 0,7 (medida da excelência da pesquisa que vai de 0 a 1), um nível de estranheza médio e um nível de credibilidade (fiabilidade que merece a testemunha) de 0,6. Os três fatores combinados resultam em um índice de segurança de 15 por cento, que excede o umbral mínimo que se atribui aos casos que têm valor científico potencial.



A Validez do Testemunho
O grande debate intelectual que se deve à ufologia é a objetividade ou subjetividade dos testemunhos. A palavra chave aqui é indiscernibilidade, a suposta qualidade de alguns avistamentos (os de objetos voadores não-identificados) sobre outros (os de objetos voadores identificados), pela qual as propriedades dos primeiros são intrinsecamente diferentes das dos segundos e, em conseqüência, têm origem e natureza distintos.

Para abordar esta questão é necessário compilar amostras de ambos tipos de acontecimentos e analisá-las estatisticamente. A pureza dos catálogos utilizados deve ser alta, e isto representa o calcanhar de Aquiles da discussão. Willy Smith[4], criador com o doutor Hynek do Projeto UNICAT, um banco mundial de dados de alta significância, crê que o excessivo ruído de fundo existente nos catálogos OVNI (devido à presença de casos solucionáveis) é causa das distribuições estatísticas similares que aparecem hoje ao comparar parâmetros OVNI e OVI. Outros sustentam que há diferenças, ainda que sutis[5], ou que estas se devem à construção dos arquivos das quais derivam[6]. Para Claude Maugé[7], a razão última é que ambas formações de dados pertencem ao mesmo contínuo, o gerado por um mito da época presente.

Tendo desenvolvido, por minha parte, seja catálogos de aterrissagens positivos (LANIB) como negativos (NELIB), não resisto à tentação de expor se esses dados são díspares ou não. Submetendo a distribuição anual dos casos ao teste de Pearson, encontro uma correlação estatística de 0,9. Isto significa que ambos grupos de casos estão diretamente relacionados, ou seja, que sua magnitude aumenta ou diminui em uníssono. Minha impressão é que os dois conjuntos de dados sofrem influência de fatores comuns.

Temporalmente, aprecia-se que nos meses de verão têm lugar a maioria dos casos, tanto os autênticos como os explicados, o que não deixa de ser chocante. Com relação às curvas horárias, estas se solapam enormemente, predominando a noite. Com respeito à distribuição de informes por províncias, seguem-se os mesmos padrões em ambas classes de casos, isto é, conhecem-se mais informes nas zonas onde há mais ufólogos ativos.

Resulta fundamental, pois, determinar se as observações OVNI genuínas e os casos explicados são iguais ou diferentes. A descoberta ou não de atributos específicos nos eventos OVNI dará a resposta final a este grande enigma.

Analisando um listado de 24.000 informes mundiais, segundo o número de testemunhas, encontra-se que há apenas uma testemunha em 37 por cento do total e duas ou mais nos 63 por cento restantes. Se seguidamente nos fixamos na relação existente entre o número de observadores e a proporção de casos anormais, vemos como aumenta progressivamente a porcentagem das manifestações mais insólitas à medida que é menor o número de testemunhas oculares. Resulta suspeito que seja a testemunha única a que sistematicamente conte as experiências mais anormais.

Por outro lado, um estudo de milhares de informes OVNI denunciados à Força Aérea dos Estados Unidos, nos quais os casos se dividem em quatro grupos segundo seu nível de documentação (duvidosos, pobres, bons e excelentes), permite comprovar como a porcentagem de observações que não puderam ser explicadas aumenta sucessivamente à medida que se dispõe de mais e melhor informação. Assim que a bola continua no jogo da incerteza.

Insisto que isolar e definir os atributos e propriedades inerentes ao fenômeno OVNI, se existem como tais, é a máxima prioridade do investigador. Apenas dessa maneira resolveremos a dúvida entre a objetividade e a subjetividade na informação concernente a esta incógnita.


Ecologia Alienígena
Ocorreu-me que a mescla de dois termos, um científico e o outro fantástico, seria apropriada para introduzir o seguinte assunto sobre o qual queria me referir.

Se os OVNIs são corpos reais ou, ao menos, fenômenos físicos, em contraposição a sua possível imaterialidade (processos alucinatórios) ou irrealidade (fraudes), devem necessariamente exercer efeitos constatáveis no meio ambiente quando se deslocam ao nível do solo. A isto chamo ecologia das aterrissagens.

Compus um inventário[8] de casos nos quais o fenômeno anômalo descrito pelas testemunhas chegou a produzir efeitos (vestígios físicos) no solo ou nas plantas, seja qual seja sua forma, incluindo marcas, perfurações, queimaduras, esmagamentos, desidratação vegetal, depósitos, pegadas, etc. Sua finalidade é auxiliar no aprofundamento nesta fenomenologia específica, dar lugar a nova verificação de casos, servir de incentivo para que se aporte material adicional e, finalmente, adiantar algumas conclusões básicas do conjunto de dados disponíveis.

A informação recolhida procede dos arquivos que fui criando nos últimos trinta anos. Seu processo de alimentação e crescimento foi aleatório, já que convergiram de uma multiplicidade de fontes e publicações. Mais de uma centena de colaboradores contribuíram, de uma forma ou outra, para que se alcance o nível de documentação existente na atualidade, base das conclusões a que cheguei.

Temos a responsabilidade de relativizar o valor intrínseco dos casos de “OVNIs que deixam vestígios”. Quando o observador ou informador não pode aportar provas visíveis das mesmas, então sua existência só tem o mérito que atribuímos a seu próprio testemunho, nem mais nem menos. E quando dispomos de evidência física – se o pesquisador pode ver os vestígios ou se existem fotografias –, ainda restam duas possibilidades potencialmente desmistificadoras, que nenhum ufólogo objetivo deve desconsiderar: que os vestígios não tenham relação real com o fenômeno, ou que estes tenham sido fabricados (o que requer, obviamente, uma maior elaboração por parte da testemunha fraudulenta).

Feitas as ressalvas anteriores, meio século de casos OVNIs ocorridos em solo espanhol produziram alguma constância de sua presença. São casos para os quais carecemos de explicação, ao menos hoje em dia. Passemos a que dão lugar. Quando se descobriu a evidência deixada pelo fenômeno? Mais da metade dos efeitos no entorno foram descobertos imediatamente ou em poucas horas. Uma quarta parte mais entre dois e quinze dias depois do avistamento; e o resto, transcorridos meses ou anos (!), ou mesmo o dado é desconhecido.

Os vestígios foram vistos por pessoas alheias às próprias testemunhas? Em 31 casos (60 por cento), investigadores – principalmente – ou jornalistas apreciaram as marcas deixadas pelos OVNIs; em 17 casos (33 por cento) não há testemunhos independentes que possam confirmar o relatado pelos observadores; e em 4 casos (7 por cento) não existem elementos para responder. Que eu saiba, os vestígios correspondentes a 25 casos (48 por cento) foram fotografados.

Uma das características mais acusadas da presença destes fenômenos na cercania da terra são os efeitos que exerce sobre os vegetais: pastos, grama, arbustos, erva, musgo, plantas de batata, centeio, cardos, vegetação, oliveiras, segundo os casos conhecidos, sofreram danos pela descida destes corpos não-identificados. Ao decompor tais efeitos em grupos, contando as ocasiões em que estes se manifestam (o número de vezes não é igual ao de casos, já que um caso pode apresentar vários efeitos ao mesmo tempo) temos que:

- Queimadura: 15 (vegetação queimada, carbonizada, chamuscada, fumegante, quente, calcinada, são os termos usados para descrever este efeito).

- Esmagamento: 14 (vegetação simplesmente prensada ou descoberta de pegadas no lugar da aterrissagem).

- Ressecamento: 7 (vegetação seca, murcha, desidratada, amarela – não queimada –, são as descrições usuais das testemunhas).

- Sem crescimento: 3 (vegetação com desenvolvimento inibido na zona).

- Folhas caídas: 2

- Ramo partido: 1.

A vegetação pode ficar afetada em várias formas geométricas, mas sobressai a circular ou de redemoinho. Em aqueles casos em que se conhece o diâmetro do “círculo OVNI”, este pode agrupar-se assim: de 1 a 5 metros, 3 casos; de 6 a 10 metros, 5 casos; de 11 a 15 metros, 2 casos. Quando a extensão afetada não é circular, cobre zonas quadradas, retangulares ou irregulares, de superfícies variadas que vão desde os 4 até os 700 metros quadrados.

Em solos sem vegetação, o sinal mais típico do assentamento de um fenômeno dos chamados OVNI é a aparição de buracos, perfurações, fossas, rachaduras, terra removida, marca de arraste, etc., em forma irregular e de profundidade, tamanho e número diverso. Contabilizam-se alguns casos de achatamento de terra, pó ou terra removida, em forma circular com diâmetros conhecidos de 1, 2 e 2,6 metros. Também encontramos o que parece ter sido o resultado de uma manipulação do terreno (solo, rochas) ou paredes. Por último, há uma miscelânea formada por efeitos individuais, como brilho no cimento; coloração de roupa, pele e carroceria; marcas em um automóvel; orifício em um espelho retrovisor, e manchas no rosto, mãos e roupa.

Ainda que vários incidentes contem que os OVNIs se apoiavam no solo sobre suportes, em apenas oito casos se encontrou o que poderíamos chamar propriamente de pontos de sustentação ou “trem de pouso”, em contraposição ao descobrimento de meros buracos irregulares. A configuração triangular prima com cinco exemplos, se bem que díspares: sinais de um tripé, dois triângulos eqüiláteros (2 e 3,9 metros de lado, respectivamente), um triângulo isósceles de 1,5x2 metros e um triângulo de 1,6x1,1x2,3 metros. Um quadrado de 0,36 metros de lado, um retângulo de 1,76x1,3 metros e um pentágono de 1,3 a 2 metros encerram o censo. Como se vê, geometrias e medidas bem heterogêneas.

Oito informes incluem menção de pegadas ou marcas de “calçado” dos supostos tripulantes que disseram ter sido vistos. Dos quatro casos nos quais se conhece seu comprimento, em três apareceram pares de pegadas de tamanhos diferentes, de 13, 14 e 15 centímetros e de 30, 32 e 39,5 centímetros, respectivamente. Em outro caso se cita 42 centímetros.

Nas várias oportunidades em que se analisou a vegetação ou o solo, nunca se encontrou rastro anormal algum. Apenas se constatou a produção de um processo calorífico acentuado, informação que deveria aportar alguma pista sobre a natureza do fenômeno. Todas as medidas de radioatividade não natural foram negativas.

Revisados em seu conjunto os “dados ecológicos” do problema OVNI na Espanha e Portugal, minha investigação trouxe à luz a enorme disparidade e variedade dos vestígios encontrados. Isto, sem desculpas, tende a contradizer a noção de que todas as experiências de contatos imediatos com OVNIs obedecem à manifestação de um mesmo – e único – fenômeno. Se bem pode argumentar-se sobre condições do tipo de terreno, tempo de exposição, etc., as diferentes tipologias de vestígios convidam a pensar que há vários estímulos físicos (provavelmente meteorológicos) em ação para produzi-los. O relâmpago globular, redemoinhos, vórtices de Meaden, efeitos ambientais dramatizados, etc., devem ser incluídos na lista das potenciais explicações para uma grande parte destes casos.

Compete ao ufólogo, em suma, eliminar todas essas causas parasitas durante o desenvolvimento da investigação de campo, para conseguir circunscrever nossa amostragem de fenômenos estranhos aos termos mais irredutíveis possíveis. Urge realizar pesquisas cujo nível descritivo dos efeitos ecológicos, medições, comprovações e fotografia seja de maior amplitude e qualidade que até o presente, com o fim de que estejamos algum dia – próximo – em condições de inferir conclusões válidas sobre a origem do fenômeno OVNI.



Abduções
Atualmente, o nível máximo de estranheza (e de subjetividade) na fenomenologia OVNI corresponde às abduções ou supostos seqüestros de seres humanos por parte de não menos supostos extraterrestres. Este tema está conseguindo obcecar os ufólogos dos Estados Unidos, onde quase podemos dizer que os únicos casos que afloram hoje em dia são de abduções. Já não se observam majoritariamente OVNIs no ar, nem sequer aterrissagens com seus arquetípicos humanóides, agora muitas pessoas dizem ter sofrido experiências de abdução, e a qualquer um que tenha tido um pesadelo procede-se à hipnose, com o conseguinte nascimento de uma história de seqüestro marciano.

Minha avaliação pessoal do fenômeno abdução[9] está baseada nos casos dados a conhecer na Espanha até finais dos anos oitenta, isto é, antes que as revistas começassem a tratar com certa freqüência este tipo de aparição (e, por isso mesmo, com anterioridade a que mais gente brotasse com sua fábula). Minha opinião se apóia, ademais, em uma exaustiva revisão crítica do publicado sobre o assunto, principalmente em inglês, complementada com freqüente correspondência com destacados especialistas europeus, norte-americanos e australianos. Não falo baseado em nada, certamente.

Vejo que a história da ufologia marca a transmutação entre dois fenômenos: das desacreditadas e ingênuas histórias dos contatados dos anos cinqüenta temos passado às “respeitadas” abduções, contemporâneos e sofisticados relatos da era da tecnologia. No sempre mais difícil todavia da casuística, as dramáticas abduções de hoje substituem os obsoletos contatos do alvorecer da era espacial.

Os seis casos de abdução então conhecidos na Espanha podem ser explicados em função de fraudes e psicoses. Nenhum daqueles incidentes aportou a menor prova material que certifique a realidade da permanência de um humano em uma nave espacial extraterrestre. Nem tampouco nenhum dos casos conhecidos depois. Minha análise de cerca de 300 informes mundiais de abdução colocou em evidência que quando casos sensacionais são publicados pelos meios de comunicação em massa se exerce um efeito propagandístico ou de “estopim” que faz surgir posteriormente numerosos relatos de abdução, a sua imagem e semelhança.

Os estudos de casos clássicos de abdução (o casal Hill, Pascagoula, Travis Walton, Betty Andreasson, etc.) apontam a fraudes puras ou estados psicológicos aberrantes como causadores da experiência mental da abdução. A cumplicidade propagandística de famosos autores de livros levanta e sustenta o mito.

Estou plenamente convencido de que a síndrome de abdução tem natureza psicológica e as narrações de abdução procedem de experiências internas não físicas, copiadas de relatos publicados, mais as conhecidas fraudes. E quem sustente o contrário o que deve fazer é, pura e simplesmente, apresentar a evidência da realidade desses eventos.



Radiações Letais
Situemo-nos em 4 de julho de 1969; a localidade é Anolaima, povoado a sessenta e cinco quilômetros de Bogotá (Colômbia). O assombroso incidente que segue começou às oito horas da tarde daquele fatídico dia. Mauricio Gnecco, de treze anos, viu como uma luz rosa-amarela se movia no céu de leste a oeste quando se encontrava no exterior de uma granja em companhia de seu amigo Enrique Osorio, de doze anos.

Chamou então a outras quatro crianças que estavam brincando no interior e aos adultos Arcesio e Lucrecia Bermúdez, Rosa Ortiz e Luis e Evelina Carbajal. As onze pessoas juntas viram o fenômeno: uma potente luz havia descido até o solo a uns 200 metros de distância.

O jovem Mauricio pegou uma lanterna e focou várias vezes a fonte luminosa, a qual se aproximou da casa a grande velocidade, e ficou suspensa alguns segundos entre as árvores situadas a uns 50 metros das testemunhas. O objeto, de cor entre o amarelo e o alaranjado, tinha uns dois metros de altura, uma espécie de “arco de luz” que o rodeava e duas “pernas luminosas” azuis. Não se escutava nenhum som.

Um dos adultos, Arcesio Bermúdez, pegou a lanterna e correu em direção do objeto. Sua irmã o seguiu, mas na escuridão da noite tropeçou e caiu ao solo. Arcesio chegou a uns 7 metros do objeto. Quando regressou à granja disse que viu uma “pessoa” em seu interior. Descreveu o ser como normal em sua parte superior mas sua anatomia inferior parecia ter a forma de uma letra “A” luminosa. O OVNI então se elevou e desapareceu no céu.

Dois dias depois da observação, Bermúdez caiu seriamente enfermo e sua temperatura corporal baixou a 35 graus centígrados. Dias mais tarde teve “vômitos negros” e diarréia, acompanhada de fluxo de sangue. Foi levado a Bogotá em 12 de julho. Às 23:45 horas falecia. O atestado de óbito, assinado pelo doutor César Esmeral, diagnosticava a causa da morte como gastroenterite. Nenhum dos médicos que o atenderam sabiam de sua experiência com o objeto não identificado.

Pesquisas com as testemunhas, realizadas por psicólogos qualificados, aportaram testemunhos idênticos. Investigadores da APRO norte-americana levaram as roupas e o relógio do falecido ao Instituto Colombiano de Asuntos Nucleares, onde lhes indicaram extra-oficialmente que os sintomas da enfermidade do senhor Bermúdez pareciam similares aos causados por uma dose letal de raios gama.

O leitor não deve estranhar. A resposta biológica ao fenômeno OVNI existe, é múltipla e está muito documentada[10]. Na Espanha contamos com alguns episódios também surpreendentes, como mostrarei a seguir.

Segundo informaram os membros do Grupo Charles Fort (uma associação ufológica vallisoletana ativa nos anos setenta), J. Macías, C. Blasco e o padre dominicano A. Felices, às 6:30 da tarde de 17 de julho de 1975 Emiliano Velasco passava o trator em seu campo de Pedrosa Del Rey (Valladolid). De repente, escutou um ruído estranho. Terminou de arar o sulco, chegou ao limite da porção, girou o trator e contemplou, alguns metros em frente, um objeto que flutuava sobre o terreno emitindo uma forte luz prateada. “Era como uma lata [de cerveja, por exemplo]. Tinha como uma espécie de chapéu na parte superior e uns pés em forma de V. Além disso, uma espécie de cinto al redor do aparato e em cima duas janelas. Em um lado saíam umas antenas, como um leque”, foi a descrição que fez. Suas dimensões eram de 3x3 metros.

O objeto, em seguida, efetuou várias evoluções rodeando o veículo da testemunha. Eram movimentos em forma de círculos concêntricos que sucessivamente encurtavam a separação entre a insólita máquina e Velasco. Ao largo de meia hora o agricultor foi deslumbrado em duas ocasiões por uma “labareda” procedente do objeto voador, cujas aberturas se iluminavam em uníssono. Na segunda vez a testemunha ouviu um potente silvo, que foi acompanhado pela ruptura de um dos vidros do trator. A até então agradável contemplação do objeto (“Era bonito como uma jóia brilhante”, disse a um dos pesquisadores) transformou-se em terror e o campesino fugiu com toda a pressa ao povoado. O OVNI havia se aproximado até três metros do tratorista.

O vidro do trator, de 20x40 centímetros, estava fraturado e atravessado por um orifício de 0,6 centímetros, muito menor que o que produziria o disparo da mais pequena das balas convencionais.

A partir da observação, os familiares da testemunha notaram nele uma mudança de caráter; estava inquieto, preocupado, perdeu o interesse no trabalho e lhe assustava voltar ao lugar dos eventos. Da mesma forma, manifestava sintomas de perda de visão e audição. Tanto que mais adiante lhe foi concedida baixa por enfermidade.

O epílogo deste caso não poderia ser mais triste. Sabemos graças ao investigador J.T. Ramírez y Barberó. Antes um homem são e curtido, de meia idade, Velasco sofreu graves alterações em sua saúde: perda de visão e de amplitude visual, visão dupla, surdez e hemiplegia esquerda. Três anos depois, Emiliano Velasco falecia, vítima de uma artrose cervical complicada com um tumor cerebral progressivo, segundo diz o atestado de óbito. Sua viúva, entre soluções, afirmava: “Aquilo o matou”.

O acontecimento foi recentemente analisado pelo físico valenciano Miguel Guasp[11], que estima que o quadro de lesões pode ter sido causado por radiação eletromagnética emitida pelo OVNI (seja o que quer que fosse): as lesões oculares por radiações da parte “branda” do espectro (radiações não-ionizantes como as microondas), e o tumor cerebral provocado como um efeito probabilístico da parte “dura” da radiação eletromagnética (radiações ionizantes do tipo raios-X e raios gama).

Eventos como os anteriores deixam a porta aberta à análise exclusivamente científica dos acontecimentos OVNI. Médicos e físicos têm, aqui, um amplo campo de investigação aberto.

De fato, todas as disciplinas têm sua aplicação prática na problemática OVNI. Só se necessita a decisão pessoal de adentrar-se nesta zona desconhecida do conhecimento. Dar o passo.

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Sobre “Expedientes insólitos”
“Há meio século um novo fenômeno apareceu nos céus da Europa. Em princípios dos anos setenta, um coletivo de investigadores, inspirados nos trabalhos de homens como Donald Keyhoe e Aimé Michel, buscaram uma solução racional ao mistério. O livro [Expedientes insólitos] foi escrito, precisamente, por um investigador dessa geração, desejoso de submeter os informes OVNI ao escrutínio da análise científica sem prejulgar qual poderia ser a resposta final. Hoje, esse compromisso com a investigação honrada e objetiva é mais importante que nunca, porque este campo contaminou-se com rumores disparatados e teorias efêmeras que não se baseiam em outra coisa que as fantasias sensacionalistas de alguns escritores, amplificadas pelos tablóides e outra imprensa amarela”

- Jacques Vallée (excerto do epílogo que acompanha a publicação)

O livro “Expedientes insólitos: El fenômeno ovni y los archivos de Defensa” (Editora Temas de Hoy, Madrid, 1995) pode ser adquirido através da Fundación Anomalia. Veja mais detalhes em: http://www.anomalia.org/g009.htm


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[1] Cuestionario de observación OVNI, CEI (apartado 282, 08080 Barcelona); Cuestionarios específicos para avistamientos de pilotos o detecciones por radar, V.J. Ballester Olmos (apartado 12140, 46080 Valencia).

[2] V.J. Ballester Olmos, Investigación OVNI, Plaza y Janés, Barcelona, 1984; R.F. Haines, Observing UFOs, Nelson-Hall, Inc., Chicago, Illinois, 1980; A. Hendry, The UFO Handbook, Doubleday Inc., Garden City, Nova York, 1979.

[3] R.E. Fowler (editor), MUFON Field Investigator’s Manual, MUFON Inc., Seguin, Texas, 1983; R.M. Stanway (editor), UFO Investigation, BUFORA, Londres, 1979.

[4] “Del Libro Azul al Proyecto UNICAT”, Cuadernos de Ufología, Monografía 1, Santander, 1992.

[5] J. Bourdon e M. Delaval, UFO/IFO Comparison: A Descriptive Study of the Year 1977 in France, UPIAR, Milão, 1990.

[6] D. Breysse, “La durée des phénomènes OVNI: aide à la discernibilité”, OVNI Présence, fevereiro de 1985.

[7] “OVNI-OVI: sur um certain état de la question”, Inforespace, dezembro de 1982 e junho de 1983.

[8] V.J. Ballester Olmos, “Ecología de los aterrizajes OVNI”, Cuadernos de Ufología, 8 de maio de 1990.

[9] V.J. Ballester Olmos, “Alleged Experiences Inside UFOs: Na Analysis of Abduction Reports”, Journal of Scientific Exploration, vol. 8, 1, 1994, pp. 91-105. (Reprints desse ensaio podem ser conseguidos com o autor).

[10] G. Lore, Strange effects from UFOs, NICAP, Washington, D.C., 1969; A. Schneider, Physiologische und Psycosomatische Wirkungen der Strahlen Unbekannter Himmelserscheinungen, Resch Verlag, Innsbruck, 1982; J.F. Shuessler, “Radiation Sickness Caused by UFOs”, 1982 MUFON Symposium Proceedings, W.H. Andrus e D.W> Stacy (editores), Seguin, Texas, 1982, pp. 50-64.

[11] “Efectos radiofísicos presuntamente vinculados a observaciones de ovnis”, Cuadernos de Ufología, 13, 1993, pp. 54-65.

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